E se o problema não for o erro, mas o acerto?
- Daniele Takarabe

- 9 de mai.
- 5 min de leitura
Descubra se está no caminho certo.
Vivemos em uma era que glorifica o acerto. Aplaudimos as conquistas, colecionamos vitórias e, muitas vezes, construímos nossa identidade sobre aquilo que um dia funcionou. Mas… e se for justamente aí que mora o perigo?
E se o que está te paralisando hoje não for o medo do erro… mas o conforto do acerto?

O paradoxo do acerto: quando vencer é o que te trava
Heráclito, filósofo pré-socrático, já dizia que “tudo flui”. Nada permanece o mesmo. A água do rio nunca é a mesma, nem o homem que pisa nele pela segunda vez. No entanto, insistimos em permanecer onde um dia funcionou.
É como se disséssemos: “Aqui fui feliz. Aqui fiquei.”
Acertar pode ser perigoso porque nos acomoda. Nos seduz. Nos oferece um pirulito emocional — uma doce recompensa que anestesia o impulso da mudança.
A criança e o pirulito
Imagine uma criança cheia de energia, pronta para correr, pular, criar.
O mundo é um parque de possibilidades.
Mas, de repente, alguém lhe entrega um pirulito.
Um pequeno presente.
Doce.
Convidativo.
A criança para, senta e fica.
O que pareceu um gesto de carinho foi, na verdade, uma distração.
O movimento cessou.
O brincar parou.
A descoberta foi interrompida.
O que isso tem a ver com a sua vida?
Tudo.
Porque talvez o seu pirulito seja:
Um salário estável que paga as contas, mas não alimenta sua alma.
Um cargo que você conquistou com suor… mas que hoje te sufoca.
Um relacionamento que oferece segurança… mas te rouba identidade.
Nietzsche e a zona de conforto
Nietzsche afirmava que “quem tem um porquê enfrenta qualquer como”. Mas será que o seu porquê ainda é o mesmo?
Muitas pessoas vivem no piloto automático porque confundem estabilidade com propósito. Permanecem onde acertaram uma vez, como se a vida fosse um jogo de tabuleiro que acaba quando se chega a um ponto de vitória.
Mas a vida não é um tabuleiro. É uma jornada.
E talvez o maior erro seja ter acertado… e ter parado ali.
Acertos que viram prisões

A conquista de ontem pode ser a cela de hoje.
Quantas pessoas você conhece que um dia realizaram um grande sonho… e nunca mais se moveram? Que vivem contando histórias antigas, como se o auge já tivesse passado?
Acertar não é o problema.
Parar é.
E parar, muitas vezes, é um modo elegante de desistir, só que disfarçado de estabilidade.
O teto que pode virar chão
E se o seu teto atual, esse lugar onde você chegou e que hoje te limita fosse, na verdade, apenas o chão de uma nova etapa?
E se você estivesse chamado a subir mais um degrau, mesmo que isso significasse perder o “pirulito” da segurança momentânea?
Viktor Frankl, psiquiatra e filósofo austríaco, sobreviveu a campos de concentração e nos deixou uma lição poderosa: não é o conforto que nos mantém vivos, mas o sentido.
E o sentido é encontrado no movimento, no risco, na travessia.
A pergunta incômoda (mas necessária)
Se você tivesse mais coragem, o que teria feito diferente?
Essa pergunta não é uma condenação. É um convite.
Convite à revisão.
À expansão.
À escolha consciente de viver com intenção, e não com inércia.
O despertar
Talvez hoje seja o momento de rever o que você chama de conquista. De jogar fora o pirulito que te adoça, mas te impede de crescer. De transformar o seu teto no seu novo chão.
Você não chegou no seu limite. Você apenas parou de correr.
E às vezes, tudo que a vida precisa para voltar a acontecer… é que você volte a caminhar.
Continue a jornada: reprograme sua mente e reconecte-se com sua essência.
Se esse texto te tocou de alguma forma, se fez você rever suas escolhas, questionar seus acertos ou repensar sua zona de conforto, então talvez seja hora de ir mais fundo.
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Tudo está conectado a um propósito maior: ser a fagulha que acende a luz que já existe dentro de cada pessoa.

Sou Daniele Takarabe, Analista corporal e autora do livro "Desvendando Corpo e Mente", cofundadora do Psinko e anfitriã da Aliança Divergente. Acredito que tudo está conectado a um propósito maior: ser a fagulha que acende a luz que já existe dentro de cada pessoa.
Minha jornada é sobre transformar vidas, assim como transformei projetos em ações concretas na minha carreira em gestão pública. Agora, dedico-me a ajudar você a desbloquear seu potencial e viver com propósito através da Análise Corporal.
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Bela reflexão. A estagnação é uma armadilha na qual caímos toda vez que deixamos de dar o nosso melhor.
Sempre reflexões que geram aprendizado.